domingo, 16 de setembro de 2012

 Resgatando as lembranças incriveis que somente o surf pode me dar, coloco a matéria que meu amigo de infancia Kim Miranda se disponibilizou de relatar e o meu grande amigo Verch de publicar na sua coluna all brothers do site ondas do sul.



 Começamos a ficar conhecidos pelos locais do pueblo que nos viam toda hora no mar ou comprando pão e banana, o Ipojucã virou ídolo da galera mais nova e a cada aéreo que ele voltava era uma festa, depois do surf ele sempre tinha que dar conselhos de como pegar velocidade nas olas.



                                           REDESCOBRINDO O EQUADOR




Por Verch


Começo a matéria deste mês, em estado de êxtase, pois ao receber o relato do meu brother Kim Miranda, passei a admirar ainda mais a coragem, a capacidade de correr atrás de um sonho e de surfar boas ondas. Quem assistiu mais de mil vezes Endless Summer, sabe muito bem do que estou falando, o sonho do verão sem fim, das ondas perfeitas, das descobertas da vida. Um surfista de alma nunca se dá por satisfeito, sempre busca explorar novos lugares, novas ondas, novas culturas, com esses três jovens surfistas de Albatroz (Kim Miranda, Ipojucã Chaves e Tiago Deskadeira), não tem ruim, o surf fala mais alto em todos os sentidos, acompanhe o relato de mais uma surf trip, desta vez a parada foi REDESCOBRIR O EQUADOR!!!


Diário de Bordo por Kim Miranda

Eu, Kim Miranda e meus grandes amigos Ipojucã Chaves e Tiago Deskadeira partimos para mais uma expedição em busca do verdadeiro surf de alma, dessa vez o destino era o Equador tendo como objetivo principal a lendária direita de Montañita.

Depois de curtirmos mais um verão na nossa amada praia de Albatroz vendemos algumas coisas e juntamos os dólares necessários para sair à caça das ondas equatorianas, sempre encarando com determinação total todos os obstáculos que apareciam pela frente. Quando o assunto é viajar em busca das ondas viramos leões e nada nos parece impossível.

Um vôo saindo de Porto Alegre nos levou até Lima e de lá outro vôo nos deixou em Quito, a capital do Equador que fica no alto dos Andes equatorianos. Depois pegamos um táxi até um terminal rodoviário da capital e em seguida embarcamos em um ônibus incrivelmente sinistro que levou 12 horas até a cidade de Guayaquil, ou seja, esse ônibus velho e lotado desceu os Andes durante a noite, chovendo e fazendo muito calor, parecia que vivíamos em um filme do Indiana Jones de tão trunk que era a situação.

Chegando de madrugada em Guayaquil pegamos mais um táxi até outro terminal rodoviário, sempre carregando as mochilas e a capa com as pranchas, e após umas quatro horas de espera rumamos em outro ônibus de três horas até a cidade de Santa Helena para de lá pegar um táxi de uma hora até nosso hostal (hotel) em Montañita, uma jornada épica e inesquecível.

O point break de direitas chamado Montañita nos deu as boas vindas com séries de 6 pés quebrando perfeitas sobre a bancada de pedra sem nenhum sinal de vento, toda a torturante viagem até ali fazia sentido para nós, a lendária direita existia e funcionava.

Ficamos doze dias no alegre e exótico pueblo de Montañita, surfando o point break e o beach break que sempre nos surpreendia com direitas e esquerdas longas na maré cheia e ondas tubulares e fortes na maré vazia. Não encontramos nenhum brasileiro no Equador, mas conversamos bastante com americanos, equatorianos, peruanos, chilenos e argentinos, nosso espanhol só melhorava e nosso inglês saía do zero.

Começamos a ficar conhecidos pelos locais do pueblo que nos viam toda hora no mar ou comprando pão e banana, o Ipojucã virou ídolo da galera mais nova e a cada aéreo que ele voltava era uma festa, depois do surf ele sempre tinha que dar conselhos de como pegar velocidade nas olas.

Sentimos-nos em casa, curtíamos muito a vibração do lugar, estávamos dividindo as ondas com alguns souls surfers californianos com mais de 50 anos, isso nos motivava muito já que sempre imaginamos como será nossas surf trips quando estivermos mais velhos, a emoção daqueles old guys era surpreendente, surfavam bem e pareciam ter muitas surf trips na bagagem. Quem é surfista é surfista até o fim da vida, essa foi nossa certeza.

Fizemos algumas investidas em outros picos como Puerto Cayo, Puerto Lopez e San Mateo, mas nenhum mostrou ondas tão clássicas como Montañita, sempre acabamos tendo que deixar alguma praia para trás, sempre fica uma vontade de ter surfado alguma onda, dessa vez não foi diferente e deixamos para uma próxima investida à lendária Chicama equatoriana chamada San Mateo.

Todas as surf trips são importantes, sejam elas para o outro lado do mundo ou para a praia ao lado da nossa, viajar em busca das ondas é parte fundamental da essência do surf. Aprendemos muito e vivemos grandes momentos durante o caminho entre a nossa casa e as ondas que procuramos. A busca por ondas nunca termina e sempre voltamos de uma surf trip mais ricos culturalmente e cheios de histórias e grandes lembranças. Essas aventuras que passamos junto com os amigos em lugares desconhecidos, perigosos ou exóticos nos fazem felizes, a irmandade é uma das melhores coisas da cultura surf.

Fomos para o Equador sorrindo e voltamos sorrindo mais ainda, pois foi mais uma viagem concluída com sucesso. Nossa alma surf segue planejando novas expedições, entre uma cerveja e outra relembramos surf trips anteriores e planejamos as próximas. Que a nossa irmandade soul surf seja eterna assim como a dos velhos californianos que encontramos. Amém.

Salve o Surf de Alma!

Aloha

http://allbrothersinformacaoradical.blogspot.com/

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